terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Livre Delirio

De que vale toda a loucura encarnada em sua pele?
Daqui a tempos ela murchara, perdera peso e calor.
Secara sobre amigos sãos, tresloucados e transviados.

No fim voltaremos ao berço,
quem nos banhará serão as mesmas mãos que incessantemente
gesticulavam em brigas juvenis.
Quem aquecera será o ventre que pariu de amor?

Vivi cheio de amigos cheios de loucura e pó.
Mesmo definhando e desafinando um desamor pelo futuro,
eles me trouxeram rosas e Uísque.
E no fim voltamos a escutar canções de ninar.

De que vale tanta loucura repulsando meus livres desejos,
se no fim voltaremos aos fins que todos voltam?
De que vale ser careta e carente,
e viver no meio de hipócritas e masoquistas?
De que vale essa loucura presa no peito,
fazendo dobrar os joelhos e doer os dedos em terços e evangelhos?
De que vale a loucura livre,
se não posso voar?

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